TERRA VIVA MUNDO IMORTAL

Exposição de arte contemporânea do Y.art project
OSASCO 2010

A campanha de cidadania do Yázigi apóia os seus esforços em três instituições que há algum tempo trabalham por um planeta melhor: A carta da terra, a WWF- BRASIL e a sua defesa pelos biomas brasileiros e A UMA PAZ. A junção destas três instituições faz-nos perceber a importância que tem para o Yázigi o mundo em que vivemos. Pois para um planeta global e saudável é preciso que tudo funcione e não apenas as comuinicações.

É por sabermos que o mundo não é imortal, bem pelo contrario, mas também para evitarmos uma morte precoce que é preciso agir. TERRA VIVA – MUNDO IMORTAL é uma exposição inserida na Campanha da Cidadania em que o foco estará nesse mundo fragmentado, ainda que tão global. Pretende ser uma isca para se pensar questões como identidade e alteridade desde o ponto de vista da DIVERSIDADE e da paz.

HABITUS

O hábito molda a idéia que fazemos do mundo.

Se você está daquele lado e deste estou eu é o hábito que denuncia e revela a delimitação dessa fronteira.

Um hábito quando é muito arraigado, quando aparece antes que nós mesmos aos olhos dos outros, é um Habitus.


Através do seu projeto Inutilitários a artista pensa a humanidade com uma procura, uma construção de si mesma. Os objetos que nos rodeiam, suas formas plásticas e sua permanência no tempo revelam a nossa maneira de estar na vida.

PENSANDO A EXPOSIÇÃO

Diversos profissionais da arte e de fora dela foram convidados a fazerem uma pergunta a partir de um desafio: se tivesse apenas uma chance qual seria a pergunta que faria a um artista? Abaixo conferimos algumas respostas. Faça também a sua pergunta no espaço aberto aos comentários.

AUGUSTO SAMPAIO, artista plástico
Qual foi o artista que exerceu uma influencia fundamental em seu trabalho?

Sem dúvida foi a artista catalã Eulália Valldosera. Inicialmente seu trabalho me impactava muito por tudo aquilo que dizia, não tanto questões relacionadas com a arte, mas pensamentos diretamente relacionados com a vida. Pouco a pouco tenho vindo a coincidir cada vez mais com o conceitos teóricos com os quais ela trabalha, como o corpo-recipiente, a posição da mulher na construção da cutura, entre outros.

SIBELE FERNANDA SILVA , Psicóloga
Podemos aprender entrar dentro de uma obra de arte, ou isto é um dom?

Não é porque uns têm mais facilidade que os outros se tornam inaptos. Eu não tenho dom algum para a matemática, no entanto sei usá-la quando a necessito, e não é só nas compras do supermercado. Acho que para entrar dentro de uma obra de arte basta estar disponível. Mas assim como para a matemática é preciso persistência.

Uma pessoa que domina e conhece bem as linguagens artísticas precisa estar sempre em forma. Ágil. Com a “tabuada” na cabeça para acelerar o raciocínio.

A diferença da matemática é que na arte, a cada olhar o resultado se transforma. Não é uma ciência exata é um fazer humano. Não existe certo ou errado, existem conceitos abertos a serem trabalhados (por cada um e por todos).

LELIS TOLEDO, professora
Quando vejo a série "Inutilitários" me pergunto: Por que procuramos em tudo, inclusive na arte sua utilidade?
Por que as "coisas" tem que ter um caráter utilitário?
A arte não deveria bastar-se por si mesma? Sua total utilidade não poderia ser simplesmente a expressão do artista sobre sua impressões?

O bom de trabalhar com arte é que estamos sempre aprendendo alguma coisa sobre o nosso modo de estar na vida. Com este projeto tem vindo sempre a acontecer isso.
Inicialmente a minha pergunta era: Porque fazemos? E como é possivel que esse fazer nos transforme constamentemente? Depois essa pergunta tem vindo a se desdobrar noutras. Com relação ao conceito de utilidade decobri ao ler A condição humana de Hanna Arendt como essa é de facto a base sobre a qual acenta a cultura ocidental, não só o fazer como oposto da ação do pensamento, mas também na instrumentalização da sociedade e como tendemos a usar tudo. Ou seja, tudo o que fazemos são instrumentos para alcançar outros fins. Logo, não ter utilidade é algo que simplesmente não tem sentido numa sociedade como a nossa.

DENISE ARDO, técnica de programação do Sesc.
Qual a participação do artista no processo de mediação/aproximação entre fruidor e a obra de arte?

A educação pela arte e a mediação em torno da arte são dois temas distintos que não se devem confundir com o fazer artístico. Arte é pensamento, é uma área do conhecimento humano.No entanto, ocorrem erros freqüentes quando se tenta tornar esta relação demasiado óbvia, como por exemplo, quando se pensa que só é possível aprender arte se aprendemos uma técnica ou fizermos uma oficina em que o artista é colocado na posição de professor, que só assim ele pode traduzir arte em conhecimento.
No meu entender, a mediação está incluída no fazer artístico quando pensamos em exposição. Diferente do processo de criação de um trabalho, o processo de exibir, expor esse trabalho tende sempre ao espectador. É um momento de produção, elaboração em que o outro existe e é convidado a participar. Mediação para mim é isso: um convite à viagem. Não se trata de explicar, justificar. A questão não é simplesmente passar uma mensagem que o outro precisa compreender, mas sim dar início a uma troca de idéias.

PROPOSTA DE ARTE EDUCAÇÃO

O que dizem os potes

O pote de cerâmica foi sempre alvo de intensas pesquisas formais. Em todas as culturas encontramos este simples objeto sob as mais diversas formas. Em termos gerais podemos, inclusive, diagnosticar o jeito de ser e pensar das pessoas que os utilizaram, não só pelas inscrições e desenhos que muitas vezes os ornamentam, mas também pela sua forma estrutural.
Ele pode ser extremamente delicado, ricamente ornamentado, altamente polido, rústico, de textura agressiva, com ou sem asa, com ou sem esmalte, enfim, dependendo de sua função social ele consegue demonstrar o poder ou o prestígio de quem o usa. Pode ser um objeto utilitário do cotidiano doméstico ou exercer outro tipo de funções simbólicas. Hoje em dia proliferam potes de todas as formas, feitios e materiais, para uso doméstico ou apenas decorativo. Na cerâmica, por exemplo, ele continua sendo objeto de intensa investigação formal e quase todos os dias alguém descobre uma nova maneira de fazer um pote.

Exercitando

Num grupo de dez pessoas cada um faz 3 a 5 potes que, de preferência, mantenham uma relação entre si. O material pode ser cerâmica ou outro qualquer, desde que ofereça a possibilidade de conter, afinal, ele é um recipiente!

Num segundo momento dividem-se em dois grupos. Cada grupo irá reunir os potes realizados e descobrir diferenças e semelhanças entre eles. A idéia é montar pequenas instalações em que os objetos possam interagir ente si.
Para fazer isso é preciso especular um pouco sobre cada conjunto de potes e ver quais contêm as possibilidades de diálogo. Para arranjá-los os alunos podem usar qualquer espaço disponível, uma sala vazia, uma cozinha, um pátio, uma varanda, um jardim...

O importante é saber aproveitar o contexto do espaço e utilizá-lo para compor o trabalho.

O trabalho final pode ser uma instalação, uma série de fotografias, uma performance...

Para finalizar, cada grupo deve selecionar um porta-voz que fará a apresentação do seu projeto ao outro grupo.

Realização





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Verador Miazaki